VALUE-BASED HEALTH CARE
Desenvolvimento profissional
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Desenvolvimento Organizacional
VALUE-BASED HEALTH CARE
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Desenvolvimento Organizacional
Estratégia proposta por Michael Porter e Elizabeth Teisberg, em 2006, para transformar o sistema de saúde por meio do realinhamento entre as estratégias competitivas presentes no mercado da saúde e a geração de valor para os pacientes.
Do ponto de vista da saúde populacional, especialmente no contexto de Sistema de Saúde com Cobertura Universal, como é o caso de vários países europeus e o Brasil, um conceito mais abrangente de Valor em Saúde denominado de 'Quádruplo Valor' inclui 4 dimensões: O Valor Pessoal, o Valor Técnico, o Valor Alocativo e o Valor Social. O conceito foi inicialmente cunhado pelo Prof. Sir Muir Gray do Reino Unido como 'Triplo Valor', incluindo o Valor Pessoal, o Valor Técnico e o Valor Alocativo e, posteriormente, expandido pelo Painel de Especialistas da União Europeia sobre Formas Efetivas de Investir na Saúde (EXPH) (Defining Value in “Value-Based Healthcare”- Report of the Expert Panel on effective ways of investing in Health - EXPH, 2019).
Em Português, vários termos tem sido utilizados para se fazer referência à Value-Based Health Care: Atenção à Saúde Baseada em Valor, Valor em Saúde, Assistência à saúde baseada em valor, Cuidado Baseado em Valor, Cuidados de Saúde Baseados em Valor, Medicina baseada em Valor, entre outras... embora a sigla VBHC seja a forma mais comum de se referir a value-based health care, na maioria dos países.
Também tem sido utilizado, de forma incorreta, o termo “Saúde Baseada em Valor”. O termo VBHC não se refere ao Valor da Saúde (Health) – que segundo a OMS é um ”Estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade" – e sim ao impacto gerado , em termos de desfechos e custos, sobre a saúde das pessoas quando elas utilizam os serviços de saúde (Health Care).
Valor em Saúde é definido como os resultados em saúde que importam para as pessoas em relação aos custos de oferecer tais resultados, levando-se em conta ciclos completos de cuidado, segundo a Equação de Valor proposta por Porter & Teisberg em 2006, que corresponde ao Valor Técnico do Quádruplo Valor do Painel Europeu.
A mensuração dos desfechos e dos custos em saúde é condição sine qua non para se criar um Sistema de Saúde de aprendizagem contínua possibilitando o redesenho do modelo de cuidado, que seja mais integrado, coordenado e centrado nas necessidades de saúde e nas expectativas dos pacientes.
Valor em Saúde busca estabelecer uma competição baseada em valor, ou seja, no oferecimento dos melhores desfechos ao custo mais adequado aos pacientes e, consequentemente, alinhar os interesses de todos os stakeholders do sistema: pacientes, profissionais de saúde, serviços de saúde, pagadores e indústria.
Além disso, a mensuração dos desfechos e dos custos em saúde é fundamental para que ocorra a transição na forma como são remunerados os serviços e as tecnologias em saúde. Atualmente, predominam os modelos de remuneração baseados no volume de atendimento (fee-for-service) enquanto o desejável seria a adoção de modelos que tem parte da remuneração atrelada aos resultados em saúde alcançados (fee-for-value).
Um outro conceito fundamental da estratégia de VBHC é que valor é medido ao nível das condições clínicas ou de segmentos da população que compartilhem perfis e necessidades semelhantes, considerando-se ciclos completos de cuidado, e que os resultados em saúde medidos traduzam o que realmente importa para os pacientes.
Em 2013, Porter e Lee propuseram uma Agenda de Valor com 6 componentes interdependentes e que se reforçam mutuamente visando facilitar a implementação da estratégia de VBHC.
1:Organização em Unidades de Prática Integrada (UPI)
Organizadas em torno de condições clínicas, conjunto de condições clínicas ou segmento populacional que compartilham necessidades similares de atendimento. O modelo de cuidado é baseado na atuação de equipe multiprofissional especializada que assume a responsabilidade pelo ciclo completo de atendimento dos pacientes, incluindo cuidados preventivos, assistência ambulatorial e hospitalar, reabilitação, serviços de apoio, educação, engajamento e apoio ao paciente.
2: Medir Desfechos e Custos
Os desfechos e os custos devem ser medidos ao nível da condição clínica ou segmento da população em uma linha do tempo pré-definida que cobre todo o ciclo de atendimento. Além de medir os desfechos clínicos (mortalidade, complicações e readmissões, etc), é fundamental que sejam monitorados os desfechos que importam para os pacientes, conhecidos em inglês como PROMs (Patient-Reported Outcome Measures).
3: Implementar Bundles para ciclos de cuidado
Bundles são modelos de pagamento nos quais um pagamento único cobre os atendimentos incluídos no episódio de cuidado e as complicações decorrentes do tratamento durante o período pré-acordado. Os bundles somente são considerados modelos de pagamento baseado em valor caso parte da remuneração esteja atrelada aos desfechos obtidos.
4: Integração do Cuidado:
As transições entre os diversos níveis de atenção devem ocorrer de forma coordenada garantindo a continuidade da assistência durante todo o ciclo de cuidado. A participação de todos os envolvidos no desenho do modelo (Co-criação) e a navegação dos pacientes são fundamentais para que não ocorra a fragmentação da assistência.
5: Expansão Geográfica:
As UPIs que alcançarem excelente resultados devem aumentar sua abrangência de atendimento para outras áreas geográficas.
6: Construção de Plataforma de TI:
Para que sejam coletadas e monitoradas as informações que permitirão a mensuração do valor gerado é necessária a disponibilização de um sistema de business intelligence que integre dados clínicos, desfechos e custos ao nível da condição clínica ou segmento da população. Além disso, será necessário integrar e capturar informações dos diversos sistemas que conectam pacientes, equipe assistencial, prestadores, equipe de navegação ao longo do ciclo de cuidado. A interoperabilidade é chave para o sucesso de modelos de gestão de saúde populacional.